A Receita Federal está construindo uma das maiores plataformas digitais da história do país para viabilizar a cobrança dos novos tributos CBS e IBS, que fazem parte do modelo IVA aprovado na Reforma Tributária de 2024. O sistema, previsto para entrar em operação em 2026, será 150 vezes mais robusto que o Pix em volume de dados, com capacidade para processar cerca de 80 bilhões de documentos fiscais por ano. Essa estrutura permitirá a devolução automática de créditos tributários em cadeia, inspirada em modelos internacionais como o cashback fiscal adotado no Canadá e na França. A complexidade das notas fiscais brasileiras — que incluem produtos, insumos e créditos — exigirá uma arquitetura com inteligência artificial, interoperabilidade entre entes federativos e segurança de ponta.
Um dos destaques é o módulo split payment, que direciona automaticamente os tributos para estados e municípios, combatendo a sonegação e garantindo transparência. A expectativa é que o sistema movimente entre R$ 40 e R$ 50 bilhões mensais em tributos pagos diretamente entre empresas. Além disso, será integrado à cobrança do Simples Nacional, do MEI e à guia de ICMS dos estados entre 2029 e 2032. Especialistas apontam que essa revolução digital pode transformar o Brasil em referência global em gestão tributária automatizada, desde que haja governança, proteção de dados e capacitação técnica em todos os níveis
Fonte:revistadoceara
