Mais uma vez, o julgamento que poderá alterar a composição da Câmara de Vereadores de Araripina, no Sertão de Pernambuco, foi adiado. Um novo pedido de vista feito por um dos desembargadores suspendeu a análise do recurso, que agora está prevista para ocorrer em setembro, ainda sem data definida.
O processo analisa um recurso eleitoral que contesta a decisão da 84ª Zona Eleitoral de Araripina, a qual havia considerado improcedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida contra o partido Podemos. A denúncia aponta uma possível fraude à cota de gênero nas eleições municipais de 2024.
Segundo a acusação, o Podemos teria registrado candidaturas femininas fictícias apenas para cumprir o percentual mínimo de 30% de mulheres exigido pela legislação eleitoral. Indícios apontam que algumas dessas candidatas não realizaram campanha, não fizeram propaganda eleitoral, não tiveram votos significativos e não declararam gastos, elementos que podem caracterizar a fraude.
Caso a Justiça Eleitoral entenda que houve irregularidade, os efeitos podem ser drásticos:
- Cassação dos registros e diplomas de todos os candidatos eleitos pelo Podemos;
- Redistribuição dos votos da legenda entre os demais partidos;
- Reconfiguração da composição da Câmara Municipal, com perda de cadeiras por alguns vereadores e ascensão de suplentes de outras legendas;
- Possível alteração no equilíbrio político do Legislativo, impactando alianças e votações futuras.
Nos bastidores, a situação gera tensão e expectativa. Caso a decisão seja revertida, vereadores do Podemos podem perder seus mandatos, e suplentes de partidos como PSD, PTB, PL ,PDT e PSB podem assumir cadeiras. Isso poderia mudar significativamente a correlação de forças na Câmara de Araripina, influenciando decisões políticas importantes e a relação do Legislativo com o Executivo municipal.
Enquanto o julgamento não é concluído, os atuais vereadores seguem no exercício de seus mandatos, mas a incerteza toma conta do cenário político. Setembro será decisivo para definir se a composição atual da Câmara será mantida ou sofrerá mudanças profundas.
