Dólar sobe e Bolsa cai com impasse na negociação entre Brasil e EUA

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Cancelamento da reunião entre Haddad e secretario do Tesouro americano acentuou tendência de alta da moeda americana, que subiu a R$ 5,44

dólar registrou alta de 0,14% em relação ao real, cotado a R$ 5,44, nesta segunda-feira (11/8). O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou queda de 0,21%, aos 135.623 pontos.

Os mercados de câmbio e ações sofreram o impacto do cancelamento da reunião entre o ministro da FazendaFernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, anunciado nesta segunda-feira. A conversa estava prevista para ocorrer na quarta-feira (13/8), mas foi suspensa, sem que uma nova data fosse marcada.

O tema em pauta na conversa entre Haddad e Bessent seria o tarifaço de 50% (10% inicialmente e mais 40% adicionais, em 9 de julho), imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra os produtos brasileiros. Havia a expectativa de as sobretaxas sobre itens como café e carnes pudessem cair. Para o mercado, a suspensão do debate eliminou tais chance, além de criar um novo ruído político em torno do problema.

Alta global do dólar

Com a divulgação do cancelamento, o dólar acentuou a tendência de alta em relação ao real e o Ibovespa embicou para baixo. Embora ambos os mercados já estivessem apresentando oscilações (no caso do Ibovespa, num dia de baixa liquidez).

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Ainda assim, a tendência global do dólar nesta segunda-feira já era de alta. Às 17 horas, o índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas fortes (euro, yen, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), subia 0,40%.

Ibovespa

No caso do Ibovespa, ele iniciou a sessão desta segunda-feira estável, com leve alta de 0,04%. Ao longo do dia, no entanto, o índice começou a cair, chegando ao seu nível mais baixo às 14h43, com 135.495 pontos.

A queda ocorreu apesar da elevação das ações da Petrobras e da leve valorização da Vale, que têm maior peso na composição do índice. Os papéis da petrolífera subiram 0,58% e os da mineradora avançaram 0,07%.

Expectativa de inflação

Os principais índices de Nova York também fecharam em queda nesta segunda-feira. O S&P 500 recuou 0,25%, o Dow Jones caiu 0,45% e o Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, baixou 0,30%.

No front externo, os agentes econômicos aguardam com elevada expectativa a divulgação nesta terça-feira do Consumer Price Index (CPI) ou Índice de Preços ao Consumidor. Ele é o principal indicador de inflação dos Estados Unidos, calculado mensalmente pelo Bureau of Labor Statistics (BLS).

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Juros nos EUA

Se o CPI subir além das previsões, será um sinal de que um eventual corte dos juros nos EUA, hoje no intervalo entre 4,25% e 4,50%, ainda pode demorar. Se vier abaixo das estimativa, representará o contrário. Uma redução da taxa está sendo prevista pelos agentes econômicos para setembro. Se confirmada, terá forte impacto na economia global. Ativos de risco, como ações negociadas em bolsas, por exemplo, ganhariam maior atratividade.

Inflação no Brasil

Sobre o tema inflação no Brasil, o Boletim Focus mostrou nesta segunda-feira que o mercado revisou para baixo pela 11ª semana seguida a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, com o número passando de 5,07% para 5,05%. Para 2026, ele também caiu de 4,43% para 4,41%. Nesta terça, no entanto, serão divulgados os novos dados do IPCA. Eles podem ser puxados para cima pela pressão da energia elétrica mais cara e pelo aumento das passagens aéreas.

Fonte: Carlos Rydlewski