Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um rombo bilionário nas contas do Ministério da Educação (MEC), comandado por Camilo Santana (PT). O relatório, obtido pela imprensa, identificou distorções contábeis que somam R$ 4,3 bilhões no exercício de 2024, levantando sérias dúvidas sobre a gestão do ex-governador cearense à frente da pasta.
A maior irregularidade, segundo a CGU, está em uma diferença de R$ 3,3 bilhões entre o valor de bens móveis registrado no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) e os controles internos de universidades e institutos federais. O órgão aponta uma superavaliação patrimonial que compromete a veracidade do balanço do MEC. “Os valores registrados nos sistemas próprios de 53 entidades avaliadas são inferiores aos informados no SIAFI”, destaca o relatório.
Outro ponto crítico foi a falha na apuração da depreciação de bens móveis, que gerou uma distorção adicional de R$ 1 bilhão. A CGU alerta que essas discrepâncias afetam a transparência pública e a utilidade dos demonstrativos contábeis na avaliação da real situação patrimonial do ministério.
As provisões de longo prazo também chamaram atenção: saltaram de R$ 1,2 bilhão em 2023 para R$ 109 bilhões em 2024. A justificativa apresentada pela equipe de Camilo Santana não atende aos requisitos legais, deixando de informar dados básicos como prazos, reversões e critérios utilizados para os cálculos.
Além disso, a CGU criticou a gestão dos Termos de Execução Descentralizada (TEDs). Até janeiro de 2025, havia 2.190 TEDs com prestação de contas pendente, totalizando R$ 3,8 bilhões em recursos públicos sem comprovação de uso.
As revelações agravam a situação política de Camilo Santana, que vinha sendo cotado como possível nome do PT para futuras disputas majoritárias. Agora, o ministro da Educação terá de dar explicações convincentes ao Congresso e à sociedade diante dos indícios de má gestão e da falta de controle sobre os recursos públicos sob sua responsabilidade.
Fonte: metropolenews
