“Justiça é cega, mas não tola”, diz Moraes ao negar prisão de Bolsonaro por descumprimento isolado

0
30

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a se manifestar de forma contundente nesta quinta-feira (24) ao analisar o possível descumprimento de medidas cautelares por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro. Embora tenha reconhecido a irregularidade, Moraes decidiu não converter as sanções em prisão preventiva, por considerar o ato como um episódio isolado.

Em sua decisão, o ministro afirmou que “a Justiça é cega, mas não é tola”, frase que já havia utilizado durante sua gestão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração foi feita ao responder à equipe de defesa de Bolsonaro, que foi intimada a esclarecer a visita do ex-presidente à Câmara dos Deputados, no último dia 21 — visita essa que, embora pessoalmente silenciosa, resultou em imagens divulgadas nas redes sociais, inclusive no perfil de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.

VEJA  João Campos visita Serra Talhada e fortalece aliança política com Márcia Conrado em movimento estratégico para 2026

Segundo Moraes, “não há dúvidas de que houve descumprimento da medida cautelar imposta, uma vez que as redes sociais do investigado Eduardo Nantes Bolsonaro foram utilizadas à favor de Jair Messias Bolsonaro, dentro do ilícito modus operandi já descrito”.

Apesar disso, o ministro entendeu que a infração não justificaria, neste momento, a adoção de medidas mais severas, como a prisão preventiva. “Por se tratar de irregularidade isolada, sem notícias de outros descumprimentos até o momento, bem como das alegações da defesa da ‘ausência de intenção de fazê-lo’, deixo de converter as medidas cautelares em prisão preventiva”, afirmou Moraes.

No entanto, o relator foi enfático ao advertir que novas infrações não serão toleradas. “Não será admitida a utilização de subterfúgios para a manutenção da prática de atividades criminosas, com a instrumentalização de entrevistas ou discursos públicos como ‘material pré-fabricado’ para posterior postagens nas redes sociais de terceiros previamente coordenados”, destacou.

VEJA  União-PP: parlamentares preparam desembarque e querem infiltrar o PL

Bolsonaro está submetido a medidas cautelares desde o último dia 18, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais e de manter contato com outros investigados em inquéritos que tramitam no STF.

A decisão desta quinta-feira ocorre em meio à crescente tensão política, e amplia o cerco judicial em torno do ex-presidente, que segue alvo de múltiplas investigações sobre tentativa de golpe, desinformação digital e ataques ao sistema eleitoral.

Fonte: G1

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui